Arritmia cardíaca é um tema que desperta muitas dúvidas e, frequentemente, está cercado por mitos que podem gerar confusão e até atrasar o diagnóstico correto.
Como cardiologista, vejo o impacto que a desinformação pode ter na saúde das pessoas e acredito que desmistificar essas crenças é essencial para promover cuidados mais assertivos com o coração, afinal este órgão vital deve ser prioridade.
Neste texto, quero esclarecer os principais mitos e verdades sobre arritmias cardíacas, ajudando você a entender melhor o que realmente importa para a sua saúde.
Vamos juntos esclarecer alguns pontos?
Mito ou Verdade?
Arritmia cardíaca sempre é grave
Mito.
Nem todas as arritmias são graves ou representam um risco imediato à saúde. Algumas são benignas, como as extra-sístoles ocasionais, que muitas pessoas têm e nem percebem.
Porém, é essencial investigar qualquer alteração no ritmo cardíaco, pois algumas arritmias, como a fibrilação atrial ou a taquicardia ventricular, podem ser perigosas e exigir tratamento iminente.
Apenas idosos têm arritmia
Mito.
Apesar de as arritmias serem mais comuns em pessoas com idade avançada, a arritmia pode ocorrer em qualquer tempo. Jovens, adolescentes e até crianças podem apresentar alterações no ritmo cardíaco, seja por causas genéticas, estresse, uso de estimulantes ou outras condições de saúde. Por isso, qualquer sintoma, em qualquer faixa etária, merece atenção.
Coração acelerado é sempre sintoma de arritmia
Mito.
Nem todo coração acelerado é uma arritmia. A taquicardia (aceleração dos batimentos cardíacos) pode ser uma resposta normal do corpo a situações como exercícios, estresse, febre ou consumo de cafeína. No entanto, se os episódios de aceleração forem frequentes, ocorrerem em repouso ou virem acompanhados de outros sintomas, como tontura ou falta de ar, é importante investigar.
Quem tem palpitação, tem arritmia cardíaca
Mito.
Palpitações podem estar associadas a arritmias, mas também podem ser causadas por ansiedade, cansaço, insônia ou até desidratação. Embora nem toda palpitação indique um problema sério, é importante observar a frequência e os sintomas associados.
Quem tem arritmia não pode praticar atividade física
Mito.
A prática de atividades físicas pode, inclusive, ser benéfica para o coração, dependendo do tipo de arritmia e do estado geral de saúde. No entanto, o exercício deve ser realizado sob orientação médica, pois em alguns casos, atividades de alta intensidade não são aconselhadas.
O consumo de álcool prejudica a arritmia
Verdade.
O álcool pode desencadear ou agravar arritmias, especialmente em grandes quantidades. A chamada “síndrome do coração de férias” é um exemplo disso, quando episódios de fibrilação atrial ocorrem após o consumo excessivo de álcool, geralmente durante festas. Moderação é a chave.
Nem toda arritmia causa sintoma
Verdade.
Nem toda arritmia apresenta sintomas perceptíveis. Algumas podem ser detectadas apenas em exames de rotina, como o eletrocardiograma. É por isso que consultas regulares com um cardiologista são tão importantes, mesmo que você não sinta nada fora do comum.
Bebidas que contêm cafeína ou substância energética pode causar arritmia
Verdade.
O consumo excessivo de cafeína e bebidas energéticas pode estimular o coração, causando palpitações e arritmias. Esse efeito é mais provável em indivíduos sensíveis a estimulantes ou que já têm predisposição a alterações no ritmo cardíaco. Moderação é a chave, e em casos de dúvidas, converse com seu cardiologista.
O estresse provoca arritmia cardíaca
Verdade.
O estresse é um fator importante que pode desencadear arritmias, especialmente em pessoas predispostas. Isso ocorre porque o estresse libera hormônios como a adrenalina, o cortisol, que aumentam os batimentos cardíacos. É importante buscar soluções que minimizem o efeito do estresse.
Arritmia não tem cura
Depende.
Essa afirmação depende do tipo de arritmia. Algumas podem ser tratadas e até curadas, como em casos onde a ablação por cateter elimina o problema. Outras, no entanto, exigem controle contínuo com medicamentos ou dispositivos como marcapassos. Em ambos os casos, o acompanhamento cardiológico não pode faltar.
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Entender os mitos e verdades sobre a arritmia cardíaca pode ajudar você a cuidar melhor da saúde do seu coração. Lembre-se de que cada caso é único e que apenas um especialista pode avaliar sua condição de forma adequada.
Se você tem dúvidas ou percebeu algum sintoma que pode indicar uma arritmia, estou aqui para ajudar. Como cardiologista, minha missão é cuidar de cada paciente com atenção e acolhimento.